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domingo, 20 de julho de 2014
Um amigo antecipa o céu
Um amigo leva a gente pra longe mesmo quando a gente se esconde
Conscientes ou não, o fato é que todos
nós necessitamos uns dos outros para sermos verdadeiramente felizes
neste mundo. Podemos até trabalhar para ter o pão em nossa mesa, mas ele
se torna muito mais saboroso quando é degustado na presença de pessoas
queridas. Esforçamo-nos para alcançar metas e conquistar sonhos, mas de
que adiantaria vencer se não houvesse com quem partilhar a vitória? Ou
seja, todo mundo passa pela necessidade de ter com quem contar e poder
dividir sua vida; um amigo entra justamente nesse espaço sagrado do
nosso ser, onde, pela força da amizade, o “eu” dá lugar ao “nós” e o
egoísmo perde seu poder.
É por isso que quem tem a coragem de
viver uma grande amizade consegue ir além em muitos aspectos de sua
vida. Ziza Fernandes afirma em uma de suas canções que “um amigo leva a gente pra longe mesmo quando a gente se esconde”. A meu ver, essa é uma das grandes virtudes da amizade.
Um bom amigo acredita no outro, consegue
ver suas capacidades muitas vezes escondidas atrás dos medos e das
marcas do passado, e o ajuda a dar a volta por cima. Sabemos bem que uma
das coisas mais importantes nesta vida é ouvirmos, na hora certa,
alguém nos dizer: “Vá em frente, você é capaz, eu acredito em você!”. É
como se essas palavras acendessem milhares de luzes em nosso interior,
nos fazendo enxergar nosso potencial e nos permitindo experimentar um
pouco do céu na terra. Quem é amigo sabe fazer isso com verdade e
coerência. Aliás, amizade tem tudo a ver com verdade, respeito e
liberdade. Ninguém, nem mesmo o melhor amigo, tem o direito de “mandar
na vida do outro”, muito menos, à custa de boa intenção, passar por cima
de seus valores, levando a pessoa a uma espécie de dependência afetiva
que, antes de ser sinal de amizade, é sinal de egoísmo. Recordo-me de
uma história que meu pai contava quando eu era criança, que nos ajuda a
perceber o valor da liberdade na amizade.
Havia uma menina que morava em uma casa
de sítio, e tudo lá se resumia em harmonia e sossego. Podia-se ouvir
nitidamente o canto dos pássaros e contemplar, todos os dias, o nascer e
o por do sol. Até que, certa vez, a menina observou que um majestoso
sabiá vinha todas as tardes cantar bem próximo à sua janela. O gesto foi
se repetindo por muitos dias; então, a menina considerou que o sabiá
era seu amigo, começou a apreciar mais o seu canto, alegrar-se com sua
chegada e, principalmente, contar-lhe seus segredos. O pássaro também
foi se acostumando com a amiga, já não tinha medo de ser apanhado e
chegava a cantar cada vez mais perto dela. Costumava ficava um pouco
após o canto, saltando entre um galho e outro como que a ouvir suas
partilhas. Depois, abria suas bonitas azas amarelas e voava na direção
do infinito. A menina aguardava ansiosa a volta dele no dia seguinte,
apesar de para ela parecer uma eternidade, pois queria sua presença e
seu canto o tempo inteiro.
Um dia, ela teve a infeliz ideia de,
numa armadilha, capturar o sabiá. Então, no fim daquela tarde, quando
ele chegou para cantar, foi preso em uma gaiola que passaria a ser a sua
residência. A alegria da menina contrastava com a tristeza do pássaro
que se debatia de um canto a outro, querendo de volta a liberdade.
Naquele dia, não houve canto nem conversa, a menina ficou chateada por
perceber que o sabiá não gostou da gaiola que ela havia mandado
construir com tanto requinte. Já o sabiá, ficou desapontado por perceber
que, na verdade, ela nunca fora sua amiga. Nos dias seguintes, o
pássaro também não cantou e estava cada vez mais abatido, até que a
menina resolveu soltá-lo, afirmando que ele não serviria para ser seu
amigo. Ele, por sua vez, voou para tão longe que nunca mais voltou.
Eis a moral da história: se a menina
fosse realmente amiga do pássaro, não o teria prendido. Um amigo
verdadeiro nunca tira a liberdade do outro e também não é egoísta, não o
engaiola. O respeito às particularidades do outro é algo
sublime e fundamental em todos os relacionamentos, inclusive na amizade.
Penso que quem consegue valorizar e amar seus amigos por aquilo que
cada um é, sem esperar nada em troca e sem roubar sua essência, traz um
pouco do céu para a terra, pois é assim que Deus nos ama.
Aproveite, portanto, este dia para
fortalecer os laços de amizade que fazem parte da sua história. Dedique
tempo de qualidade aos seus amigos, aprenda a “apreciar o canto sem
prender o sabiá”. Expresse sua gratidão e afeto a cada um, quebre
distâncias com um telefonema, uma mensagem ou. se possível, vá ao
encontro de seus amigos e leve um abraço, um sorriso sincero e a
disposição para o acolher; dessa forma, você o ajudará a experimentar,
aqui na terra, um pouco do céu.
Dijanira Silva
Missionária da Comunidade Canção Nova
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quarta-feira, 9 de julho de 2014
ANIVERSÁRIO DO CORAL "CAMINHO DA PAZ"
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