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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Oração, oxigênio da alma
Precisamos ser homens e mulheres de oração
No Evangelho segundo Mateus, Jesus nos
ensina a ter uma vida de oração. Mais que isso, nos ensina a orar. Não
como os pagãos faziam, porque eles faziam discursos, clamores sem fim e
derramavam lágrimas para implorar a seus deuses aquilo de que eles
precisavam. Jesus nos diz para não sermos assim. Aliás, sabemos que este
Evangelho está ligado ao Evangelho de São Lucas, no qual aparece a
passagem em que os apóstolos pedem a Jesus para lhes ensinar a orar como
João Batista ensinou os seus discípulos. Isso porque os discípulos de
João Batista o viam rezar e admiravam o modo como ele elevava as suas
preces.
A mesma coisa fizeram os apóstolos a
Jesus: “Jesus, ensina-nos a rezar”. Então, Ele ensinou a oração do
Pai-Nosso. Quero dizer a você que essa oração está acima de qualquer
modelo e que, com simplicidade, nos dirigimos ao Pai, em primeiro lugar,
falando das coisas d’Ele, das coisas do Reino: “Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome e venha o vosso Reino”.
Depois, dirigimo-nos ao Pai pedindo as nossas necessidades: “O pão
nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como
nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal”.
É uma oração simples, no qual dirigimos
ao Pai as Suas coisas, as coisas do Reino e as coisas de que
necessitamos, com confiança de filhos. Nós devemos ser homens e mulheres de oração!
A base da Comunidade Canção Nova é sermos
uma comunidade de amor e de adoração. Adoração e oração estão no mesmo
“pé”. Temos, na Canção Nova, diariamente, a graça da celebração da
Eucaristia, onde o grande orante é Jesus, e nós nos unimos a Ele. O
Senhor está oferecendo-se ao Pai como Ele se ofereceu no calvário. No
altar, acontece o mesmo e único sacrifício do calvário. Não é outro! É o mesmo, é o único sacrifício.
Jesus, também no céu, está nesta atitude, mostrado ao Pai as Suas chagas e pedindo por nós! Portanto, na Missa acontece a grande oração.
Daí, é preciso que façamos da celebração da Eucaristia a nossa grande
oração. Que possamos realmente buscar ter toda a atenção e acompanhar
tudo na Santa Missa. Principalmente quando o sacerdote impõe as mãos
pedindo que venha sobre aquelas oferendas o Espírito Santo. Quando ele
profere as palavras da consagração, a grande “oração” acontece – o pão e
o vinho são transubstanciados no corpo e no sangue, na alma e divindade
de Jesus. Ele ali se oferece ao Pai pela remissão dos pecados de todo o
mundo, em todo tempo e em todo lugar.
Depois, o grande momento é quando
recebemos este Jesus na Eucaristia. Nós recebemos o Senhor Jesus, a Sua
redenção e o que fez por nós! Ele quer que sejamos salvos, que sejamos
santos. Ele quer que, de Eucaristia em Eucaristia, de comunhão em
comunhão, nós cresçamos em santidade, porque estamos em contato com o
próprio Santo; um contato real que nós não vemos, não sentimos, mas
tomamos contato com o próprio corpo, o próprio sangue e a alma e a
divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Não há coisa mais santificante do que
esta, então aproveitemos justamente cada dia deste momento de
santificação, que é a santa comunhão na Missa. É uma maneira maravilhosa
de estarmos orando, diferente de tudo aquilo que nós fazemos nas nossas
orações. É oração por excelência.
Depois, a adoração ao santíssimo
sacramento. Porque também, nos nossos sacrários, Jesus está nesta
atitude, de oferecer-se ao Pai por nós, para nossa redenção e da
humanidade. É um momento de nos unirmos a Jesus, de nos fazermos um com
Ele.
Temos ainda muitas outras formas de
oração – o santo rosário, por exemplo, que vai nos unir a Nossa Senhora
para repetirmos muitas vezes aquilo que o anjo disse a ela, aquilo que
Isabel disse a ela e também aquilo que a Igreja diz a ela! Justamente o
que fez o próprio Papa, no final do Concílio de Éfeso, quando disse que
Maria era a “Theotókos”, a Mãe de Deus, porque Jesus é Deus. Devemos ser assíduos na recitação do rosário para que realmente nos unamos a ela, e ela nos una a Jesus.
Temos também o terço da misericórdia,
no qual nos unimos a Jesus Misericordioso e, por Ele, ao Pai das
Misericórdias, pedindo que, pelo sofrimento e pela morte de Jesus, nós
sejamos perdoados dos nossos pecados e dos de todo o mundo. É também uma
belíssima forma de rezar! “As almas que rezarem este Terço serão
envolvidos pela minha misericórdia durante a sua vida e, de modo
particular, na hora da morte” (Diário de Santa Faustinha, nº 754).
Precisamos ser homens e mulheres de oração. Por
excelência, para nós, a oração ao ritmo da vida e o trabalho
santificado são dois tipos de oração. O trabalho santificado, porque
estamos orando enquanto trabalhamos, e a oração ao ritmo da vida, nos
dirigindo ao Senhor em tudo aquilo que estamos fazendo – orar para
agradecer, orar para pedir auxílio, orar para pedir perdão. Assim nós
estamos, praticamente o dia todo, unidos ao Senhor!
A penúltima invocação do Pai-Nosso é
“perdoai-nos as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido”. Jesus, então, diz que, de fato, se vós perdoardes aos homens
as faltas que eles cometeram, nosso Pai que está no céu também vos
perdoará, mas se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não vos
perdoará as faltas que vós cometestes. Então, precisamos ser também
pessoas de perdão e darmos o perdão aos nossos irmãos. Perdão não dado é
justamente uma coisa cáustica dentro de nós, que quando nós carregamos,
causa o ressentimento, vem a mágoa, nós nos azedamos e acabamos
azedando o ambiente em que estamos. Que o Senhor nos dê a graça de
sermos homens e mulheres de oração, homens e mulheres de perdão.
Vamos rezar ao Senhor a oração que Ele nos ensinou?
Pai Nosso que estais no céu,
Santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino. Seja feita a
vossa vontade, assim na terra como no céu! O Pão Nosso de cada dia nos
dai hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos
tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém!
Artigo extraído do livro ‘O Abraço do Pai’, de monsenhor Jonas Abib.
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